sonha lindo asas de água
sonha lindo peito de pão
sonha lindo que nos teus braços
corre o vento e encosta o mar
sonha lindo
sonha lindo
desfralda o coração
sonha lindo enxota os medos
deixa eu pegar a tua mão
domingo, 20 de dezembro de 2009
as coisas acontecem sem nome
as coisas acontecem sem nome
nascem atrás dos olhos sem darmos por elas
vivem lá a vida delas
até que um dia acordamos
do sonho da palavra divisória
e sonhamos
os nomes os olhos e as partes de trás
outros lugares outras gentes
a quem nunca daremos a mão
por longe ou por perto de mais
por nós ou por elas
por tudo e por nada
por tanto e por tão pouco
portanto
porquê
nascem atrás dos olhos sem darmos por elas
vivem lá a vida delas
até que um dia acordamos
do sonho da palavra divisória
e sonhamos
os nomes os olhos e as partes de trás
outros lugares outras gentes
a quem nunca daremos a mão
por longe ou por perto de mais
por nós ou por elas
por tudo e por nada
por tanto e por tão pouco
portanto
porquê
domingo, 6 de dezembro de 2009
apanhar o jeito
apanhar o jeito do silêncio
compreender os lábios quietos
não é questão de afeição
mas de teimosia
caminhar pelo trilho
da calada do dia é um direito
ouvir o eco voltar também
há um caminho longo até
saber que compreender
não significa aceitar
e que a palavra
é uma viagem de ida e volta
num comboio que quase nunca
sabe para onde parte
compreender os lábios quietos
não é questão de afeição
mas de teimosia
caminhar pelo trilho
da calada do dia é um direito
ouvir o eco voltar também
há um caminho longo até
saber que compreender
não significa aceitar
e que a palavra
é uma viagem de ida e volta
num comboio que quase nunca
sabe para onde parte
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