segunda-feira, 12 de setembro de 2011

pandora e os dedos

abri a caixa de pandora
e agora
ando a tentar sentar sobre o tampo
como quem nasceu do acaso
assobio faço questão de não saber
armo-me em parva
e canto músicas antigas
enquanto tudo -sem exceção- dá por mim
quando eu não quero dar (nada) por nada
por ninguém

nada me poupa
nem os pássaros
nem junho nem o sol
nem as veias azuis
as carnes velhas o fumo indesejado
nem os 38 anos e um poema de Adélia Prado
que auxilia mas não traz um mundo novo

a pandora ainda sujeitou a esperança
eu só consegui apanhar os dedos

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