ALVORECER NA JANELA
Mamã
na ponta dos teus dedos nasce a formiga
que percorre as minhas costas de manhã
mamã
coça-me as costas um poucochinho mais
mamã
cresce-me um formigueiro na espinha para receber o dia
que todos nós somos também formigas
e acordamos o sol com passos leves
mamã
escolhe-me formigas que transportem manteiga derretida
e vira-me cócegas os braços
os abraços de bom dia
enquanto o sol se pousa nas pálpebras fechadas
ainda
pousa-me uma formiga de sol
mamã
como um raio de luz suspensa
que me faça esquecer que este mundo
não gosta de crianças
que me faça lembrar que este mundo
um dia nos devolverá o riso
preso no país das esperanças
mamã
coça-me as costas um poucochinho mais
mamã
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